Cristina Arraes
Estico-me languidamente em minha cama, de onde posso vislumbrar pela janela os primeiros raios de sol. Presente de Deus, a quem me dirijo, logo assim que me consciência me tira do torpor do sono.
Mas meu primeiro pensamento vai agora para minha mãe, onde estará ela agora? Abraço, beijo meus filhos, agradecendo também ao criador a felicidade poder contemplar suas faces e me inspirar com a luz de esperança que capto de seus olhares.
Penso em meus irmãos. O que estariam fazendo, naquele exato momento. Penso em todos meus irmãos, os que já se foram, os que estão entre nós.
É um exercício de reflexão que foi se inserindo, aos poucos, em meu despertar. Meus irmãos... cada um com uma representatividade em minha vida. Vivemos a mesma infância e como era bom ter nosso pais junto a nós!
Cada um seguiu seu caminho, cada um numa direção, mas unidos pela mesma felicidade juvenil e pela mesma perda recente.
Este ritual quase me leva ao dia a dia de minha infância, a rotina escolar, os primeiros empregos de meus irmãos mais velhos, a casa cheia, o jantar, todos sentados á mesa, tendo meu pai à cabeceira.
Parece-me que não esqueço nenhum detalhe e, se possível fosse, entrar de olhos fechados em nossa antiga casa ou no apartamento, para o qual depois nos mudamos, eu faria sem a menor dificuldade. Conheceria cada canto, cada mancha que porventura identificasse em móveis ou outras coisas.
Saudosismo? Não, não creio. O que escrevo hoje é uma verdade que nada poderá modificar. São oito almas unidas por uma só geração. É o princípio de nossas vidas, é o palco das emoções levadas dentro do coração.
Gosto de lembrar, é doce saber que meus pais plantaram, construíram e se foram deixando uma saudade que não cabe no espaço nem no tempo.A meus pais e a todos os meus irmãos, devo um pouquinho do que sou.
Maria Cristina Moreira Safadi
Escrevemos juntas porque nos amamos, porque gostamos de visitar o antigo espaço de nossa infância, porque participamos dos mesmos anseios. As pessoas dirão: como os mesmos anseios? Temos como resposta, que a irmandade nos trouxe isto: os sonhos se misturam, as saudades são comuns. Finalmente queremos dividir tudo isto com nossos mais caros amigos.Espero que gostem. Deixem comentários. Com carinho. Cristina e Vânia.
Cristina, vou aos poucos lendo seus textos e percebendo a delicadeza e sensibilidade, além da sagrada presença de Deus em seus escritos, seus e de Vânia.Achei positivo vc agradecer a Vânia o espaço que lhe deu para vc falar de Deus, foi o 1o. texto. O carinho de vcs quando falam de família nos faz sentir aproximadas, pois tb somos muito ligadas à família.Vânia me presenteou com uma coluna no site
ResponderExcluirArmonia